Verdades...
Sobre qual verdade
nos debruçaremos hoje?
Sobre a que nos
distancia da alma e não livra da agonia o nosso coração?
Ou sobre a que nos cala
diante de todos, sem revelar a nossa louca paixão?
Não sei se luto
para ser quem eu devo ser...
Ou se luto para
revelar o que eu quero, quem eu realmente sou.
E então, como fugir
da dor, se para ambos os lados haverá perdas irreparáveis?
Como evitar que o
peito se aperte, independente das escolhas?
Coragem para
decidir?
Impulsividade para
acabar?
Sofrimento para
mentir?
Dúvida sobre qual
verdade revelar?
Saudade quando te
vejo partir?
Tristeza quando te
vejo voltar?
Drama quando penso
sair?
Felicidade quando
sonho que dá?
Paixão que insiste
em resistir?
Amor por quem devo
evitar?
Será que meu
destino é esse mesmo?
Fadado a enganar a
saudade, enganar meu pensamento e esquecer você?
Enganar, enganar?
Dúvidas e mais dúvidas...
Ao tempo em que esse
querer comprimido me sufoca, me cala...
Enquanto for dono de
mim, provavelmente optarei pelo dever ser…
Ainda que
incontrolável o meu ser…
Esperar pelo tempo,
arteiro quando resolve apagar o passado…
Desprender-me das
horas, ocupar a mente e rezar…
Porque apesar de
saber o que fazer, quando penso em esquecer, lembro de você.
Teimarei por seguir
nessa linha, que me remete a uma longa estrada
Torcendo para que
meu ser resista, sobreviva
Ofuscado, sem
brilho, sem dono
Consiga calar a
minha voz
Ao me esconder,
saibas que não conseguirei por inteiro…
Ainda posso
controlar a boca por enquanto, mas meus olhos não resistirão!
E lhe seguirão,
brilharão quando você passar...
e, conectados com o
olfato, encantar-se-ão com o seu cheiro
e sorrirão muitas
vezes através das lágrimas…
E então, seguiremos na
dor, escondendo uma das verdades…
Definidos pela
verdade dos outros, aos olhos dos outros
Torceremos para que,
agora, o tempo não pare…
Nos atropele e, mais
do que nunca, nos tire da implacável solidão
Esta, aos nossos olhos
Que jamais seja mandante do desassossego
Em nossos corações.