Belém do Pará
Eu vivia aqui. E aos poucos fui percebendo quando chegava pelos arredores de casa, próxima àquela esquina. E a lógica do caminho até a escola, num ônibus verde e branco após, exatas, 8 paradas. Um sorvete gigante anunciava a alegria que estava por vir. Ouvia seu nome, mas, sem contexto, apenas repetia uma palavra quando me perguntavam de onde eu era. O cheiro da pipoca antecedia à sessão do cinema e, nela, as balas de leite e gomas de Mentex que eu não dividia… Lembro-me de correr por um grandioso jardim, me esconder em casinhas gradeadas espalhadas, ou me esconder embaixo de escadas; por entre rios de mentirinha alimentava peixes; confesso que adorava tomar banho do xixi do papai do céu. Percebia quando estava furioso e que, após as malcriações, viria um barulho estrondoso dos céus obrigando-me a pedir-lhe desculpas. As árvores-de-natal anunciavam as surpresas; e os primos e amigos eram aguardados para celebrar a noite de nascimento do Papai Noel (?!?) Mergulhava em um caldinho ama...