Que seja eterno enquanto dure!

Levamos cor às ruas
Nesse grande teatro, expusemos os segredos de um casal louco, apaixonado
Nos apresentamos despidos do rancor
Perdidos por entre os sem muro do desejo
Vivemos inteiros a mais bela vertente do amor

Se formos levar a cabo a ideia de deletar
Retirar do
mundo a nossa intimidade única
Teríamos que percorrer toda a cidade
Do Bar do Pedro ao Morro da Felicidade
Por todo lugar espalhamos o cheiro da cumplicidade

Pusemos à prova a tolerância para com a essência dos que amam
E negligentes, enfrentamos os desafios ao expor a verdade
E nossos abraços e beijos acalorados
Por onde passamos foram registrados

Demos brilho às trevas alheias
Iluminamos a escuridão daqueles que esqueceram quão bom é amar
E como consequência embriagamo-nos cada vez mais
Dos inexplicáveis sabores
Dos diferentes cenários de um rio quando encontra o mar

E como tudo que é lindo e gostoso
Ao revelar meu contentamento por todos os nossos momentos
Arrebatado por uma tristeza hoje inconsolável e vigente
Declaro ao mundo que a fugacidade voltou
Do grande poeta restou-me crer
Quão maravilhoso foi
Duro aceitar que tão somente
Enquanto simplesmente durou

Agora

Tenho que calar a todos
Convencer o meu carro que ele nada viu
Esconder da minha casa os rastros de tudo e
Fazer crer teu quarto que você já partiu
Destruir aquela câmera que no trabalho várias vezes nos flagrou
Eis que ficou
Para todo e sempre
O dilacerante dissabor de quem restou
Quando o outro levou a cor.

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