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Mostrando postagens de agosto, 2017

Ao amor da minha vida

Determinado, naquele dia traria meu amor de volta Deixei pronta a mesa, reguei as flores, o vinho começou a gelar Já deixei a lenha na lareira Joguei fora o cinzeiro e prometi que não voltaria a fumar Teu último presente, o que você se arrependeu de dar De tão lindo, não me ocorreu outra roupa usar Fiz a barba, engomei o cabelo, meu perfume quase acabando estava lá Saí! Não há como alguém, dono do amor do mundo, não ser correspondido Porque o amor que está em um se divide em dois e faz o outro também amar Focado, coração acelerado, tangenciei a esquina, meti o pé na magrinha e fui lhe procurar De longe avistei você Perdi o controle dos sentidos, os olhos pareciam convencidos Linda, o meu amor, era você que eu precisava trazer Atravessei aquela rua, deixei a praça para trás O bouquet estava guardado, a surpresa preparada As palavras prontas, a fala foi toda treina...

E o tempo passou!

Tanto fiz Me desdobrei Fugi de mim Me deixei pra trás Me larguei de mão Horas a fio Esqueci quem sou E me doei Me entreguei Acreditei Que poderia te mudar E te fazer tocar E te convencer a voltar Que por mim um dia fizeste tudo Reconheço  Que a mim entregaste teu mundo Que de mim fizeste teu escudo E passou E a fonte do teu querer secou Sofro por quem zombei Por quem já deixei sozinha  E o tempo passou E tudo em ti curou E na volta que a vida deu Hoje descobri que me enganei  E o tamanho do meu calor Se reflete na proporção da minha dor Porque quando penso que seria capaz De te fazer perdoar uma vez mais A vida foi lá e te deixou forte demais Pra perceber que te fiz calar e sofrer E hoje provo o gosto amargo da saudade E hoje estou só, convivendo com a verdade Perdi de vez e me vejo em tristeza O destino pregou a maior lição Subestimei o amor Restou apenas um copo sobre a mesa.

Pela última vez...

E ontem, novamente, não consegui dormir Deitei, virei, observei o céu estrelado Pareceu que ainda estavas por ali De olhos abertos, à meia luz A lembrança como um clarão trouxe-me seu perfume Perdido pela cama, abraçado ao seu travesseiro Encontrei-lhe quando adormeci E nos sonhos, seu vestidinho cinza, transparente Com a alça caindo Encostou a minha perna como um convite Deixei-me levar pela emoção Esqueci de tudo e como um bobo apaixonado Delicadamente, toquei o seu rosto com meus lábios Procurando seu pescoço em busca de sentir o seu melhor Deixei que minha boca a acariciasse E com minhas mãos, fui até seus cabelos Meus pés enroscados nos seus A força do meu abraço revelou o quanto eu queria estar contigo Nossas pernas cruzadas, nossos corpos por inteiro se tocavam E você, louca de vontade Com seus pedidos que expressavam o maior dos seus desejos Começou a me despir Moment...

Deixa seguir, deixa ir...

E se os olhos não mais brilham como antigamente E se a vontade de estar junto ficou pelo caminho E se já percebeu que não é mais a melhor companhia E se a vida a dois já não parece ter a mesma harmonia E se a presença não mais preenche, sufoca E se já irrita dizer que está bem quando lá parecer preocupado E se o toque em teu corpo não acende, invade E se teus pensamentos vagueiam sozinhos por uma nova estrada E se preferes andar por aí sem ser de mãos dadas E se já te escondes pela rua até de madrugada E se já não atendes o chamado com o  carinho desejado E se a saudade não aperta quando passa do tempo da chegada E se já suplicas que alguém encontre e dê amor que você não pode dar E se concordas quando dizem que é hora de deixar E se acordas a qualquer hora e não queres incomodar E se quando lhe diz que ama começas a chorar E se nas ...

Um nada criativo

Noites com sol pelo clarão da tua Passatempo esperto como pedinte de rua Amanhã começo na antecedente nua Choro esperto vidrado na sua Caminho inverso remetendo ao chão Psicopata louco com o pires na mão Vidraceiro liso correndo da confusão Dancei na chuva o tom da escuridão  Saindo ao leste me enfiei no caminho Virei a esquina e descobri o assassino Fugi de ti como um clandestino Pé no asfalto quente e me vi sem destino Folhagem solta arrastou-se na breja O colorido ficou diante daquela festa Beija-flor cantou um sabiá-seresta Perfume venceu e quebrou na tua testa Tórridas mentes quentes brotaram Caipiroskas ocas de osso gelaram Debruçado no abismo cassinos herdaram Soluço no sonho em meio à serragem Aos tiros e barrancos tropecei na tua cola Solícito encaminhei na esperança a roda Mandante do destino encapuzado na soda Solavanco no capricho da rotina não demora Falsos traços de rimas incompletas Trambiqueiros de plantão aos montes em v...

E se...

E quando penso em te falar da saudade E quando penso na vontade de te ter novamente E quando penso no teu rosto que virava lindamente E quando penso no 'não' mesmo querendo, que inspirava loucamente Eu lembro do amor que por ti me fez sonhar Eu lembro do teu cheiro que as noites me fez chorar Eu lembro do sorriso sem graça que tantas vezes me fez gostar Eu lembro que eu nem posso contigo mais falar E quero tanto conseguir parar de pensar E quero tanto que algo em ti lhe faça voltar E quero tanto a qualquer hora poder te falar E quero tanto que o tempo volte pra que eu tente reconquistar Que nesse momento de busca pelo melhor que há em ti Que o mundo conspire ao menos dessa vez por mim Que tu me encontres e descubras que há tempos tentaste fugir Do amor que tu já deverias estar vivendo aqui Escuta o teu coração!

Casa comigo esta noite?

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E quando eu te chamar Te convidar, te pedir Nao deixe eu implorar Se eu cheguei até aqui O coração não deixou esperar E esteja certa de mim Sou o amor que veio lhe buscar Que juntos vamos até o fim Morar juntos em qualquer lugar E no horizonte ao sul O pôr-do-sol celebrará Que não imaginei assim Mas que o mundo vai conspirar E na certeza que vai em mim Já lhe vejo pronunciar Vai casar comigo sim! E a saudade não voltará para cá

Sem par

Sem par, sem beijo Bate à porta o desprezo Sem par, solidão Dor e desejo Sem par, a vontade Distância em verdades Sem par, sem carinho Acovardado num cantinho Sem par, sem calor Vida vazia, sem sabor Sem par, sem a cor Preto sem branco na dor Sem par, transição Uma estrada de chão Sem par, imensidão Padecendo o coração Sem par, sem lugar Sem par, sem acreditar Sem par, sem ar Sem par para amar Sem par, saudade.