Um só corpo.
E no cair da madrugada
Senti tua mão em mim
Acordei assustado, confuso
Meus olhos quase não abriram
E quando dei por conta
Entendi
E virei, sussurrei ao seu ouvido
Palavras quentes dos amantes
De amor, desejo, prazer
Por um momento infiel
Sem pudor algum
Desprendi-me do respeito e viajei
E falei que iria te despertar
E nos lençóis, o desencontro
A boca salivou, teu pescoço beijou
E aos poucos foi ao encontro do colo
E por lá fiquei brincando
Sua camiseta não se segurou
Fugiu de mim, deixou-nos a sós
Beijei ambos sem deixar ciúmes
E seus gemidos deram o alerta
Vá além
E minhas mãos me fizeram companhia
Tirei-lhe o resto para entrar o frio
E então
Mais uma vez
Cúmplice, covardemente
Minha língua deixou a boca para trás
E quente como a mente
Invadiu-lhe, adentrou-lhe e descobriu
E se lambusou
E foi além
Num ritmo coordenado pelo gemido
As mãos trabalhando pelo seu corpo
Inimigas uma da outra, separadas
Transpirando de desejo
Seus pés me disseram
Vem pra cá
Suba, aprofunde-se
Rastejando-me pelo seu corpo
Busquei o encontro mais profundo
Por completo nos cruzamos
E o suor não mais era unicamente seu
E as bocas tornaram-se uma só
Coladas, as línguas conversaram
Íntimas, vibrantes
Dois transformaram-se em um
Açoites brilhantes
Palmadas vermelhas
Corações alucinantes
Tudo se fundiu, reencontramos o prazer
O ritmo sincronizado fez brotar o ápice
E tudo de mim saiu ao seu encontro
E tudo de você fez reviver o reencontro
Me vi em ti
Você sorriu pra mim
Descobri o seu sim
E ao seu lado
No cair do amanhecer
Nossos lençóis reapareceram
Adormecemos
E eu, morto de saudade
Voltei a sonhar com você.
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